Nasceu na
localidade de Assunção -RN –hoje, Município de João Câmara1–, a 09.07.1904,
filho de João Batista Furtado e d. Dorotéia Justino de Oliveira Furtado. Fez o
primário e o secundário no Colégio Diocesano Santo Antônio, em Natal, e o superior
na Faculdade de Direito do Recife, concluindo-o em 1929. Crítico literário,
colaborou no jornal “A República” (1924) assinando artigos e crônicas de
natureza humanística, onde procurava (...) avaliar o grau de beleza e realidade
realizadas em obras literárias, bem como o valor moral dos conceitos, segundo
as lições dos mestres(João Medeiros Filho, Contribuição à História Intelectual
do Rio Grande do Norte, p. 170). No mesmo período (1924-1925) jogou futebol no
América F.C., oportunidade em que aquele clube sagrou-se bicampeão estadual
(“Dimaria” era o seu nome, no meio esportivo). Assumindo ocargo de Juiz de
Direito da Comarca de Baixa Verde (julho, 1935), quatro meses depois ele seria
destituído, dada a sua amizade com o então Deputado Café Filho, de posições sistematicamente
opostas ao establishment, circunstância que o tornava ide ologicamente
suspeito. Voltou às atividades no Tribunal em 1947, como Juiz da 5aVara da
Comarca de Natal, época em que prestava serviço ao TRE-Tribunal Regional
Eleitoral (1945-1950) e foi Desembargador do Tribunal de Justiça a partir de
1954, presidindo-o em 1958 e se aposentando em 1962. Em novembro de 1964 foi
preso, quando da repressão política, sendo libertado no mesmo dia. Foi ele,
ainda, Assessor Jurídico da Delegacia Regional do INDA-Instituto Nacional de
Desenvolvimento Agrícola (1967). Casado com d. Jacyr a Brandão Furtado, de cuja
união nasceram três filhos: Dora, Harilda e Roberto Furtado, este ex-Deputado
Estadual e ex-vice-Prefeito de Natal.
João Maria
Furtado colaborou na Revista Forense com diversos trabalhos de caráter jurídico
e publicou os seguintes títulos: Um Escândalo Judiciário, Natal, 1971;
Vertentes (memórias), 1aed., 1976; 2a
ed.,
1989, e Recordação de Jacyra, Natal, 1992. Dele, disse Hélio Galvão: Em relação
a João Maria Furtado há uma singularidade: pertencendo à geração local da
Revolução Verde e Amarela, leu todos os clássicos e é de ver como, servido por
uma memória de adolescente, ele recita sonetos de Bilac e Hermes Fontes.
Familiar de Eça, leu tudo o que este admirável cinzelador da forma produziu e
foi depois divulgado. Camilo, Alexandre Herculano, Júlio Dantas –todos esses
clássicos da língua ele leu e conhece. Vítima de insuficiência respiratória,
faleceu em Natal a 4 de abril de 1997
FONTE –
FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO
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