FATOS POLICIAIS

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

DESEMBARAGADOR JOÃO MARIA FURTADO



Nasceu na localidade de Assunção -RN –hoje, Município de João Câmara1–, a 09.07.1904, filho de João Batista Furtado e d. Dorotéia Justino de Oliveira Furtado. Fez o primário e o secundário no Colégio Diocesano Santo Antônio, em Natal, e o superior na Faculdade de Direito do Recife, concluindo-o em 1929. Crítico literário, colaborou no jornal “A República” (1924) assinando artigos e crônicas de natureza humanística, onde procurava (...) avaliar o grau de beleza e realidade realizadas em obras literárias, bem como o valor moral dos conceitos, segundo as lições dos mestres(João Medeiros Filho, Contribuição à História Intelectual do Rio Grande do Norte, p. 170). No mesmo período (1924-1925) jogou futebol no América F.C., oportunidade em que aquele clube sagrou-se bicampeão estadual (“Dimaria” era o seu nome, no meio esportivo). Assumindo ocargo de Juiz de Direito da Comarca de Baixa Verde (julho, 1935), quatro meses depois ele seria destituído, dada a sua amizade com o então Deputado Café Filho, de posições sistematicamente opostas ao establishment, circunstância que o tornava ide ologicamente suspeito. Voltou às atividades no Tribunal em 1947, como Juiz da 5aVara da Comarca de Natal, época em que prestava serviço ao TRE-Tribunal Regional Eleitoral (1945-1950) e foi Desembargador do Tribunal de Justiça a partir de 1954, presidindo-o em 1958 e se aposentando em 1962. Em novembro de 1964 foi preso, quando da repressão política, sendo libertado no mesmo dia. Foi ele, ainda, Assessor Jurídico da Delegacia Regional do INDA-Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrícola (1967). Casado com d. Jacyr a Brandão Furtado, de cuja união nasceram três filhos: Dora, Harilda e Roberto Furtado, este ex-Deputado Estadual e ex-vice-Prefeito de Natal.
João Maria Furtado colaborou na Revista Forense com diversos trabalhos de caráter jurídico e publicou os seguintes títulos: Um Escândalo Judiciário, Natal, 1971; Vertentes (memórias), 1aed., 1976; 2a
ed., 1989, e Recordação de Jacyra, Natal, 1992. Dele, disse Hélio Galvão: Em relação a João Maria Furtado há uma singularidade: pertencendo à geração local da Revolução Verde e Amarela, leu todos os clássicos e é de ver como, servido por uma memória de adolescente, ele recita sonetos de Bilac e Hermes Fontes. Familiar de Eça, leu tudo o que este admirável cinzelador da forma produziu e foi depois divulgado. Camilo, Alexandre Herculano, Júlio Dantas –todos esses clássicos da língua ele leu e conhece. Vítima de insuficiência respiratória, faleceu em Natal a 4 de abril de 1997
FONTE – FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quem sou eu

Minha foto
PARA SER FELIZ DE V ERDADE VOCÊ PRIMEIRAMENTE TEM QUE FAZER UM MONTÃO DE GENTE FELIZ

JOÃO CÂMARA